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Cartão de identidade: Vespa Asiática


Nome Científico:

Vespa velutina Lepeletier, 1836


Nome comum:

Vespa asiática


Árvore taxonômica:    

Reino: Animalia        

Filo: Arthropoda                          

Classe: Insecta                    

Ordem: Hymenoptera                        

Família: Vespidae                            

Género: Vespa                           

Espécie: Vespa velutina (Cabi)

Sub-espécie: Vespa velutina nigrithorax


Origem:

Países asiáticos como a China, a Índia, o Afeganistão entre outros. (1)


Ciclo biológico:

Ciclo anual com 2 fases de crescimento: A primeira fase para a rainha (Fevereiro a Abril) e a outra fase para o crescimento da colónia (obreiras) (Abril a Novembro). (3)


Figura 1. Ciclo biológico da Vespa velutina (Fonte: 3))


Descrição:

V. velutina é ligeiramente menor que a vespa europeia (Vespa crabro), as rainhas têm um comprimento até 30 mm e obreiras até 25 mm. São reconhecidas pela sua aparência: O tórax é um aveludado preto / castanho-escuro com segmentos abdominais castanhos bordados com uma faixa amarela fina. Apenas o quarto segmento é quase na tonalidade laranja-amarelado. As pernas são castanhas com extremidades amarelas e a cabeça é preta com um rosto amarelo-alaranjado como mostra a figura 2. Na primavera as obreiras são mais pequenas mas no outono quase que atingem o tamanho das rainhas. (1)



Figura 2. Identificação da principais diferenças da vespa asiática com a vespa europeia (Fonte: 2))


Fêmea:

Com o corpo castanho-escuro com rosto e partes da boca tons de laranja (exceto dentes escuros); antenas castanhas e laranja nas pontas. No dorso do abdômen tem segmentos castanhos com margens apicais mais claras: da primeira à terceira faixa segmentos finos de cor de laranjados e o quarto segmento tem uma larga faixa laranja com uma marcação triangular basal mediana; quinto e sexto segmentos abdominal de tom castanho laranja. A parte ventral do abdômen castanho com ápice triangular mais claro com segundo e terceiro segmentos amarelos com uma marcação preta basal mediana. As pernas são castanhas com extremidades amarelas e as asas castanhas hialinas. Não há diferenças morfológicas entre as fêmeas férteis das estereis (obreiras). A rainha distingue-se do resto da colónia pelo abdômen distendido. (1)

Macho:

Na sua morfologia é muito semelhante às fêmeas relativamente ao tamanho, cor e antenas mais longas. A parte ventral tem o abdômen é castanho com ápice truncado com um par de manchas amarelas. (1)


Vespa velutina é considerada uma inimiga das abelhas: Uma vespa pode apanhar até 25 a 50 abelhas por dia, representado quebras de produção do mel


Sintomas:

Este himenóptero constrói ninhos em locais generalizados: nas copas das árvores, arbustos e nas regiões urbanas nos edifícios menos movimentados. Inicialmente faz um ninho primário com 5 a 10 cm diâmetro tornando-se depois ninho secundário com 50-80 cm de diâmetro. (2)



A identificação de ninhos de Vespa velutina faz-se maioritariamente em árvores com alturas superiores a 5 metros e entrada/saída de vespas é realizada por um orifício lateral ao ninho (Figura 3).(3)







Figura 3. Identificação do orifício de entrada/saída das vespas (Fonte: 3))


Na Primavera, cada rainha constrói o seu ninho sozinha, na maioria das vezes num lugar protegido. A colónia de vespas não hesita em deslocar para outro local, se o primeiro tornou-se inseguro ou impróprio. O ciclo de vida de uma rainha dura em média um ano e os seus deveres geralmente limitam à postura dos ovos cerca de 50 a 100 ovos. Enquanto que as obreiras assumem as tarefas de forragear e construir ninhos. Se a rainha morrer antes da produção sexual, algumas obreiras colocarão ovos não fertilizados (haplóides) que se desenvolverão em machos. Mas a colónia geralmente permanece até a nova rainha entrar em fertilização e colocar novos ovos.

Um dos principais fatores que permite esta espécie ser bem-sucedida em relação ao meio ambiente é sua capacidade de termorregular. A vespa consegue termorregular os seus ninhos a uma temperatura constante (de cerca de 30 ° C), mesmo se a temperatura ambiente for mais baixa. Quando as temperaturas atingem níveis máximos nos meses de verão, as vespas ventilam seu ninho. As obreiras regurgitam a água das suas mandíbulas para o ninho (às vezes encharcando a parede do ninho), para que evapore água através do movimento das suas asas para baixar a temperatura da colónia. (1)



Alimentação:

V. velutina é uma excelente predadora de moscas e abelhas, uma vez que é muito mais rápida e mais ágil do que outras espécies de vespas.

O modo de predação desta vespa é mais veloz já que consegue capturar as abelhas individualmente durante o voo: V. velutina paira sobre a entrada de uma colmeia a uma distância de 30 a 40 cm e desce várias vezes para capturar as abelhas. Uma vez capturada, a abelha geralmente é levada para um ramos de uma árvore onde a cabeça, asas, pernas e abdômen são removidos. (1)


Controlo ou tratamento das colónias:

De uma forma geral quando se trata de controlar uma espécie significa estabilizar o número de indivíduos presentes de forma a só causarem danos e não prejuízos. Para isso, há que realizar a monitorização para depois atuar. A monitorização poderá ser visual: a observação do ninho secundário já é um indicador para o tratamento. Ou a colocação de armadilhas de isco de forma a observar a presença (sintoma) da vespa como por exemplo numa garrafa de plástico colocar: Mel fermentado : água (1:1) ou Xarope groselha (200 ml) : 1 litro cerveja: ½ litro vinho ou Solução de mel obtida de favos velhos (deixar fermentar). A solução tem de ficar bem líquida de forma a que as vespas molhem as asas, o que dificulta o voo e a saída da armadilha. (3)


Controlo físico / mecânico

Consiste na destruição do ninho por ação térmica ( chama ou fogo) de modo a capturar o máximo de indivíduos para que estes não realizem nova colónia. A destruição dos ninhos deverá ser efetuada, preferencialmente, por entidades ou agentes habilitados para o efeito (e.g. empresas especializadas em desinfestações, técnicos apícolas, sapadores florestais). A destruição de ninhos deverá ser registada na Plataforma SOSVespa (www.sosvespa.pt ) e de acordo com as orientações do “Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa velutina em Portugal“, disponível no portal www.icnf.pt . (2)


NÃO FAZER:

A destruição de ninhos com armas de fogo (por ex. armas de caça);

A destruição parcial dos ninhos (independentemente do método).

Estas ações disseminam as vespas que podem vir assim a constituir novos ninhos. (2)


Controlo biológico

Segundo Poidatz et. al. (2018) há estudos sobre espécies de fungos entomopatogênicos nos gêneros BeauveriaMetarhizium em território francês que mostraram algum potencial para no controlo da sub-espécie V. velutina nigrithorax. (1)


Curiosidade: Na Ásia, a abelha Apis cerana desenvolveu dois comportamentos defensivos: um sistema de alerta para as restantes obreiras que retornam por cintilar suas asas em uníssono, e, um sistema de bola de calor que consegue atingir temperaturas até 45ºC pelo qual a vespa é sufocada por dezenas de abelhas e consequentemente provocando a morte desta. As abelhas europeias podem formar bolas de abelhas mas são menos eficazes a matarem as vespas quando comparadas com A. cerana. (1)


Inimigos naturais:

Um dos objetivos de investigação são os predadores naturais da Vespa velutina no intuito de diminuir a sua colónia e consequentemente os seus prejuízos para os apicultores.

Em França, há registos de predadores naturais como o pica-paus verdes (Picus viridis), gaio-comum (Garrulus glandarius ) e chapim (Paridae) são vistos frequentemente nidificando ninhos e comer as larvas mas estas são incapazes de atacar grandes colónias ativas.

Para além disso, há registros raros de inimigos mais especializados, como o bútio-vespeiro (Pernis apivorus) e o abelharuco europeu (Merops apiaster), mas estes têm um impacto insignificante sobre a população.

Segundo Matsuura (1984), "os níveis populacionais são bastante baixos na Ásia em comparação com a Europa, provavelmente devido à competição com muitas outras espécies de Vespa por recursos alimentares e locais de nidificação". (1)


Meio de entrada:

Ao que tudo indica o meio de entrada da vespa em território europeu foi através do comércio de produtos alimentares (e não só) dos países onde esta é nativa. Nas rotas internacionais pequenas amostras como ovos ou até mesmo larvas podem ser facilmente ser transportadas quando não há um controlo fitossanitário especializado. Em madeiras não tratada esta espécie pode hibernar causando problemas devido à sua elevada capacidade de resiliência e adaptação às condições do meio. (1)


A destruição dos ninhos deverá ser efetuada, preferencialmente, por entidades ou agentes habilitados.

Em qualquer suspeita como deve atuar?


  • Preenchimento online de formulário disponível em www.sosvespa.pt e anexar fotos;

  • Comunicação via smartphone (www.sosvespa.pt);

  • Linha SOS Ambiente 808 200 520;

  • Juntas de Freguesia (2).


Atuar preventivamente no controlo da Vespa velutina depende de todos.


Referências:


1) Abrol, DP. et. al, (s.d.) Invasive Species Compendium - Vespa velutina, disponível na Internet via: https://www.cabi.org/isc/datasheet/109164


2) Direção Geral de Alimentação e Veterinária, s.d., disponivel na internet via: http://www.dgv.min-agricultura.pt/portal/page/portal/DGV/noticia/?detalhe_noticia=11590285


3) Maia, M., Grosso-Silva (s.da.), A Vespa Velutina em Portugal Continental e a Apicultura Nacional , disponível na Internet via: http://www.oapicultor.com/artigos/A%20Vespa%20Velutina%20em%20Portugal%20Continental%20e%20a%20Apicultura%20Nacional.pdf



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